por Ednaldo Menezes de Lima, filósofo, professor, instrutor de aprendizagem profissional e educador social na Fundação Fé e Alegria Pernambuco
O 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, é uma data significativa por representar a luta e a resistência da população negra contra o racismo, o preconceito e a exclusão social, além de ser um dia dedicado à reflexão sobre a importância da cultura africana e afro-brasileira, e do impacto histórico e social da escravidão no Brasil.
Conforme Munanga (2004), “a consciência negra é um processo de ressignificação da identidade étnica, uma reafirmação do valor da cultura africana e da resistência aos preconceitos que perpassam a sociedade brasileira” (p. 72). Nesse sentido, vê-se que a data vai além da reflexão histórica, abrangendo também a construção de uma identidade negra afirmativa e a luta por um Brasil mais igualitário.
O dia foi escolhido em memória de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes de resistência à escravidão no Brasil, que foi morto no dia 20 de novembro de 1695. Munanga (2015), reforça com o acontecido que “a luta de Zumbi é um marco na história da resistência negra e do anseio por liberdade” (p. 27).
Nesse contexto, a Consciência Negra tem grande relevância para Fé e Alegria, pois é uma oportunidade para reforçar os valores fundamentais da instituição, como justiça social, igualdade e respeito pela diversidade. Atuando em comunidades vulneráveis, a organização se depara frequentemente com desigualdades que impactam desproporcionalmente a população negra, tornando ainda mais importante a promoção desses valores.
A Fundação Fé e Alegria, por ser uma organização dedicada à educação e à inclusão social, trata o dia da Consciência Negra com uma importância especial, principalmente porque atua com pautas de direitos humanos, igualdade racial e justiça social. Para a comunidade Fé e Alegria, essa data representa um momento de reflexão, de reconhecimento e de valorização das contribuições dos negros para a sociedade, além de fortalecer a construção de uma pedagogia antirracista.
Em suma, conclui-se que a data impulsiona a Fundação Fé e Alegria na luta contra as desigualdades estruturais ainda presentes, para que possamos construir um país que respeite, reconheça e valorize a pluralidade de suas origens. O Dia da Consciência Negra é um chamado a todos os colaboradores da Instituição para agir em prol da equidade e da justiça social, através da formação de cidadãos conscientes e socialmente responsáveis. Como afirma Djamila Ribeiro em sua obra “O que é lugar de fala?” (2017), “não podemos construir uma sociedade justa e igualitária sem que a história dos negros e das negras seja devidamente valorizada e ensinada (p. 45)”.
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REFERÊNCIAS
MUNANGA, Kabengele. O conceito de identidade negra e suas implicações para o Brasil contemporâneo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. São Paulo: Global Editora, 2015.
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? São Paulo: Letramento, 2017.
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