Artigo | A importância de ser criança: o papel de Fé e Alegria na educação e proteção

por Catarina de Santana e Silva, coordenadora de Fé e Alegria Pernambuco

De acordo com a Constituição Federal e Estatuto da Criança e Adolescente, é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos das crianças e adolescentes. Dessa forma, todos têm a responsabilidade de garantir que cada criança tenha a oportunidade de se desenvolver em um ambiente que respeite e promova seus direitos. Nos centros de Fé e Alegria, a palavra “criança” é mais do que um conceito, é uma prioridade que permeia  nossos serviços e orienta nossas ações. Mas, afinal, o que significa, de fato, ser criança na Fundação Fé e Alegria do Brasil?

Em Fé e Alegria, ser criança é viver uma infância em que o direito à educação, à proteção e ao brincar são colocados em prática diariamente, dentro de uma perspectiva de educação popular. O brincar é um direito fundamental da criança, pois é por meio das brincadeiras que ela desenvolve sua criatividade, socializa, aprende a lidar com as emoções e adquire habilidades essenciais para a vida. 

A educação popular, que historicamente tem suas raízes na promoção da equidade e da transformação social, enxerga as crianças não apenas como receptoras passivas de ensino, mas como sujeitos ativos em seus processos de aprendizagem, desenvolvimento e, claro, na maneira como interagem com o mundo por meio do brincar.  E como Fé e Alegria atua em prol das crianças?

1. Educação infantil e popular: Acreditamos que a educação vai além da sala de aula, conectando-se diretamente com a comunidade e com a realidade social das crianças. Inspirados pela educação popular, promovemos o desenvolvimento integral das crianças, estimulando o senso de cidadania, autonomia e participação ativa em suas realidades. Nossa abordagem educacional busca desenvolver cada criança em seus aspectos cognitivos, emocionais, sociais e éticos, preparando-as para serem agentes de mudança em suas próprias vidas e comunidades.

2. Política Interna de Proteção à Criança e Adolescente: Fé e Alegria adota uma política interna robusta que estabelece a cultura do cuidado e da proteção. Essa política assegura que todas as crianças sejam tratadas com dignidade e respeito, além de garantir ambientes seguros, onde seus direitos são amplamente protegidos.

3. Ações permanentes de prevenção a riscos: Sabemos que cuidar de uma criança vai além da educação formal. Atuamos continuamente na prevenção de riscos, envolvendo toda a comunidade educativa — incluindo famílias, professores e colaboradores. Nosso objetivo é garantir que as crianças estejam sempre protegidas de abusos, negligência e situações de vulnerabilidade.

O direito de ser criança: uma infância plena e protegida

A educação popular nos ensina que cada criança tem o direito de ser protagonista de sua própria história. No contexto de Fé e Alegria, isso significa que meninos e meninas têm não apenas o direito de aprender, mas também o direito de serem crianças: de brincar, de explorar, de criar e de sonhar.

Em outubro, Mês das Crianças, queremos ressignificar essa data e lembrar que ser criança é um direito fundamental. Meninos e meninas devem ter acesso a uma infância plena, livre de violências e pressões, com garantias de direitos básicos, como a educação, a saúde, o lazer e a proteção.

Ressignificar a data significa lembrar que cada criança tem o direito de ser feliz, de brincar, de crescer com dignidade e de se desenvolver plenamente. Que possamos, como sociedade, promover uma infância onde essas oportunidades sejam garantidas para todas as crianças.