Fim de ano é tempo de reflexão e, para mim, é muito presente o sentimento de gratidão. Há um ano eu assumia a missão de estar à frente da Fundação Fé e Alegria do Brasil, uma missão que carrega uma carga imensa de sentido, mas igualmente de desafios.
Em Fé e Alegria, temos por objetivo oferecer educação de qualidade, como dizia o fundador do Movimento, Pe. José María Vélaz, SJ, “onde termina o asfalto”. Expressão que hoje ganha um novo sentido. Estamos nas fronteiras da exclusão, atendendo a quem mais precisa e lidando com realidades duras como a pobreza, a fome, a migração, entre outras.
Neste último ano, sentimos ainda muito forte o impacto da pandemia na nossa sociedade, que agravou desigualdades e trouxe sérias consequências ao setor educacional, como a defasagem no aprendizado, o aumento da evasão e a dificuldade de engajar alunos e comunidade nos processos educativos, o que tornou ainda mais vulneráveis as pessoas que atendemos.
Inspirados na Pedagogia Inaciana, buscamos promover a inclusão e o desenvolvimento integral de crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. Caminhamos para completar 43 anos de atuação no país, presentes em 14 estados com 34 centros de Fé e Alegria . Essa estrutura nos permite atender cerca de nove mil pessoas diretamente e, indiretamente, mais de 22 mil.
Nossa proposta de oferecer educação a quem mais precisa vai muito além dos bancos da escola. A educação não formal é uma forte marca de Fé e Alegria no Brasil, que oferece desde oficinas de música, dança e esportes até a capacitação para o mundo do trabalho, acolhimento a migrantes e atividades relacionadas à Ecologia Integral e ao cuidado da Casa Comum.
Depois de um ano, ouso dizer que conheço profundamente Fé e Alegria, mas, ao mesmo tempo, reconheço que ainda há muito chão de terra batida a percorrer. Essa é uma missão que aceito todos os dias ao conhecer, presencialmente ou não, um pouco mais de nossos centros. É também um convite que faço a todos os que me leem: venham conhecer Fé e Alegria e descobrir todos os desafios e riquezas que começam onde o asfalto termina. Nossas portas e nossos corações estão abertos a todos que partilhem da missão de transformar o mundo por meio da educação.
Pe. Alexandre Raimundo de Souza, SJ
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